quarta-feira, 27 de março de 2013

Amor suicida

Postado por Bia Kollenz às 18:05 1 comentários
Eu te amo tanto que chega até doer... e por te amar tanto assim fraca eu fiquei.
Deve ser por isso que eu teimo tanto em fugir, corro para longe assim que vejo sua sombra e nem percebo que estou correndo em círculos, não importa para onde vou sempre volto pra você.
Soa meio batida essa minha desculpa esfarrapada de 'nós não podemos ficar juntos', foi mais do que usada a de 'somos de mundos diferentes', já esta na cara que eu te amo e não quero admitir. Toda vez que essas palavras vão escapar pela minha boca eu viro uma esquina e desapareço da sua vista porque nós dois sabemos que sou medrosa e que não posso correr o risco de te deixar entrar na minha vida. Boba eu, você já entrou nela antes mesmo de eu saber, antes mesmo de perceber que você me amava e não importa onde, como ou quando eu iria te encontrar e nós iríamos nos apaixonar.
Desculpa mesmo, eu vou tentar ficar parada e escutar cada coisa que você tem para dizer pode até tentar colar os meus pés no chão eu cansei de fugir. Te amar me enfraqueceu ao ponto de não servir pra nada a não ser chorar. Essa confissão de te amar já estava entalada na minha garganta a um bom tempo e por você posso até correr o risco de ver meu coração quebrar porque você sabe tanto quanto eu que esse amor corre mais risco de acabar do que de dar certo.
Mas eu vou lá, eu aceito te deixar escancarar todas as minhas portas, derrubar todas as minhas muralhas, não ligo mais se no final vou ficar sozinha colhendo os cacos do meu coração. Eu não ligo mesmo. Eu vou sofrer e provavelmente não vou sobreviver ao nosso fim mas aceito esse amor suicida porque é dele que provem qualquer alegria ou felicidade que possa haver na minha vida - embora também venha dele toda minha dor e tristeza. Eu te amo muito, eu não vou mais interromper qualquer conversa séria entre nós, agora é pra valer, vou estar aqui calada a qualquer hora ou lugar do dia que você resolver aparecer e vou responder tudo com um abraço e um dia talvez consiga ser forte o suficiente pra te responder com essas três palavras que eu já cansei de ouvir vindas de você

domingo, 10 de março de 2013

Louca e Psicopata

Postado por Bia Kollenz às 07:46 0 comentários
Eu acho que sou a culpada. Eu te fiz acreditar em uma mentira deslavada que nunca existiu.
Talvez seja o fato de ter entrado um cliente mal educado na loja ou então foi o fato de a máquina registradora não parar de travar, o motivo não sei só sei que comecei a chorar ao lembrar de nós dois e depois que comecei não consegui parar de pensar nas razões e nos motivos de nosso fim.
Fui eu sabe... Eu agi feito uma louca psicopata quando te via andando por aí cercado de garotas bonitas, quando via o seu sucesso e olhava pra vinha vida estagnada, eu não te amava... Eu só queria ficar contigo pra te destruir, só que no meio de tanto ódio, depois que você saiu batendo a porta eu senti amor.
Deve ser a merda da culpa mas você tem ocupado cada centímetro do meu cérebro e não esta sendo uma coisa muito produtiva, principalmente se atendo ao fato de que tenho que trabalhar para pagar as contas daquela droga de apartamento vazio. Você não está lá e fui eu quem te afugentou, por ironia do destino sinto sua falta e quando digo que sinto é muito, muito mesmo, além da conta.
Não sinto falta das coisas bobas como deitar no sofá e ficar babando na sua camisa enquanto você vê um filme idiota, eu sinto é falta de você deixando as coisas jogadas pela casa e rindo da minha raiva ao brigar com você, de brigar pelo lado da cama, pelo espaço no armário, por "quem comeu o meu pedaço de bolo". Sou masoquista, só pode ser, mas não ter com quem brigar me da solidão e a gente brigava o tempo todo pra depois pular na cama e se amar até o inicio do outro dia.
Então esta aí! Desculpa tá bom! Agora volta pra casa por favor e eu prometo que não não vou remexer no seu casaco, olhar a sua agenda, revirar a sua lixeira e atender o seu telefone. Prometo vou ser uma boa menina... Eu descobri que te amo então volta tá bom?!
Agora me deixa trabalhar porque vou tentar consertar aquela máquina estragada que já tem uma fila enorme na porta da loja.

Beatriz Kollenz

sábado, 9 de março de 2013

Outono

Postado por Bia Kollenz às 07:47 0 comentários
Eu me apaixonei por ela em uma tarde de outono, quando a chuva cessava e o sol cismava em sair dentre as nuvens cinzas e carregadas de chuva.
A principio eu não a vi. Era só um vulto, um corpo escondido em uma capa de chuva amarela e desbotada, mas quando o vento levou aquela capa horrorosa embora eu pude ver o seu longo cabelo preto e os seus olhos azuis. Os olhos mais profundo que eu um dia vi, os olhos que traziam alegria e angustia com a mesma intensidade.
O mesmo vento que levou a chuva foi o que me trouxe o amor. Antes dela tristeza, dor, medo, alegria e amor eram só palavras e eu só conhecia a minha limitada realidade.
Me lembro de ficar ali, parado, observando-a correr atras daquela capa imunda, os seus cabelos dançando com o vento, os seus olhos brilhando entre os raios que trespassavam a chuva.
A partir daí a primeira coisa que aprendi foi a tristeza. A tristeza de não vê-la, a tristeza de não saber se um dia iria encontrá-la... Só ela eu podia sentir.
Depois me veio a alegria. Ela chegou sorrateira às seis e meia de uma quinta feira enrugada pelas ocorrência do dia. Quando achei que nada mais iria melhorar eis-me que a garota da capa surge, mais bela do que em minhas singelas memórias perguntando se podia sentar.
Conversamos durante todo o trajeto do ônibus e continuamos a conversar por mais duas horas após descermos no ponto. A alegria veio quando a beijei, quando senti seus lábios nos meus e vi toda a felicidade do mundo fluir pelas minhas veias.
O amor veio naturalmente enquanto passávamos o tempo juntos, sempre nos apoiando, sempre sorrindo, sempre cúmplices um do outro.
Agora vejo o que naquele tempo perdi. Enquanto eu mergulhava fundo nesse amor eu não pude ver que no fundo, ela desmoronava. Enquanto estávamos juntos ela se escondia em mim e eu não via o quanto ela estava sofrendo. Quando estava sozinha ela chorava e eu nunca entendi o porquê.
O medo veio quando a vi se afastar, os dias indo e nós separados, as ligações diminuindo, as visitas cada vez mais escassas. Eu me perdi na dúvida, senti a tristeza e tudo isso devido ao medo de perde-la. E aí eu enlouqueci, da forma que só o amor e o medo enlouquecem. Ninguém nunca diz mas o ciúme nos tira a razão, surge do medo da perda e desse medo nada de bom pode surgir.
Então eu fiz o que nunca deveria ter feito, eu que era a única âncora que a mantinha ali viva, parti. Mas não antes antes dizer o porquê, o porquê que nem mesmo lembro mais.
Perdi ela a mais de vinte metros do chão. Senti a dor, a dor do amor partido jogado junto do seu corpo. Dor em todos os lados, dor em todos os cantos da minha vida. E até hoje me lembro de seu rosto, a procuro em todos os lugares, luto para voltar àquela tarde de outono, a tarde em que conheci o meu amor. Vivo esperando a volta desse dia para conseguir dizer o quanto a amo, tudo, é isso que ela significa para mim... Nem estes trinta longos anos foram suficientes para esquecer da dor que senti quando não corri o suficiente para pegar nas suas mãos, puxa-la para perto e a impedir. Toda noite me lembro daquela cena. Ela pulando para um abismo vazio de onde nunca mais iria sair.

Beatriz Kollenz
 

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