sábado, 11 de abril de 2015

Aurora decide passear

Postado por Bia Kollenz às 06:21
   Aurora resolveu caminhar em direção ao carvalho. Estava farta de mais uma vez ouvir seus pais brigando e discutindo sem parar. Afinal, por que eles estavam discutindo enquanto levavam a filha para passear? Não era justo as coisas serem assim, logo ela que se esforçava tanto em ser uma boa menina, ser educada, gentil e estudiosa. Não havia motivos para viver tão maltratada. Sempre entregava a lição de casa em dia, cuidava muito bem de seu gatinho, em casa ficava quietinha enquanto lia os livros que herdara da avó. Sempre mantinha seu quarto arrumado. Era tão boa garota. Tão exemplar. Os pais de seus colegas sempre a elogiavam por ser tão educada e bonita. Mas parecia que seus pais não viam nada disso. Discutiam e gritavam, esqueciam por completo a presença dela até lembrar, no meio da madrugada, que tinham uma filha e que a mesma deveria estar com fome, já que se esqueceram do jantar.
   Ao se aproximar do grande carvalho, estranhou a presença de uma enorme borboleta. Grande e de cores vistosas, pousada sobre uma bela orquídea. Era a maior borboleta que já tinha visto. Passear pelo parque da cidade era um de seus passatempos favoritos depois de ler. Adorava ver flores, árvores e ficar perto da natureza. Lembrou então de um livro que encontrara entre a biblioteca da avó. Nele uma menina passeava pela floresta quando, de repente, encontrava uma fada que lhe concedia desejos. Quem sabe não poderia ser real tudo isso? Pôs-se a seguir a criatura esperando que, se fosse uma fada, pediria como desejo pais novos. Melhor, só pediria que seus pais fossem diferentes. Não queria ser neta de outra avó e nem morar com outra família. Não teria os livros e nem teria o Mimi. Pensando nele, ainda bem que não estava com o gato, ele provavelmente já teria pulado na pobre borboleta. Na perseguição, acabou por rastejar entre uns arbustos retorcidos, seus cabelos de tão compridos se prenderam várias vezes nos galhos. Ela nem ligava, era uma excelente aventura. Seguiu a borboleta até por fim encontrar um lago. Era lindo. Flores se estendiam como um tapete ao seu redor. Mas era um bocado esquisito. Nunca tinha visto um lago por ali.

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