segunda-feira, 2 de março de 2015

Entre as borboletas

Postado por Bia Kollenz às 09:51
   Acordou mais cedo que o normal, e sentindo um barulho semelhante ao som de sinos correu pelo quarto e se debruçou sobre a janela. Estranhamente não encontrou nada de diferente passeando pelo jardim. Então vasculhou todo seu quarto. Olhou as gavetas onde sua mãe guardava suas roupas, procurou entre suas bonecas favoritas, seus laços e enfeites de cabelo e nada encontrou. Então pensou ser Bola de Pelos, e saiu de fininho sem fazer muito barulho, porque a porta do quarto de seus pais ficava bem em frente a sua. Mas o gato estava deitado em sua caminha e não era então sua coleira que fazia aquele barulho engraçado.
   Ela seguiu assim para a cozinha, já que do barulho nada havia encontrado. Com toda a graciosidade que uma menina de seis anos pode ter, abriu o armário secreto – que de secreto não tinha nada para ela – onde sua mãe guardava doces e chocolates. No momento em que ela colocou o primeiro pedaço da barra do chocolate em sua boca, novamente escutou o som que se mostrava mais próximo dessa vez.
   E ela viu então uma borboleta, a maior e mais bela borboleta azul que já havia encontrado na vida. Resolveu segui-la.
   Saiu pela portinha reservada para Bola de Pelos poder passear e desceu atrás da borboleta pelos canteiros floridos de seu quintal. Como Alice uma vez fez, correu sem pestanejar atrás da borboleta até chegar perto de um carvalho velho que se localizava próximo a garagem dos fundos.

   Depois dele não tinha mais ruas, ou cercas, ou casas, somente o início do que gostava imaginar ser uma floresta. Mas era só um amontoado de árvores que delimitava o quintal do fazendeiro e o seu jardim. Então ela perseguiu a borboleta e sem perceber havia atravessado o véu mágico que separava o nosso mundo do mundo das fadas. E ela mal podia imaginar que demorariam anos para ela voltar para casa, e que sua aventura havia apenas começado. 

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