terça-feira, 3 de março de 2015

Gaivotas

Postado por Bia Kollenz às 04:48
   A gaivota lançou voo mais cedo nesta manhã. Cruzou o céu e parou perto de um banco. E enquanto cruzava o céu mal notou o avião que seguia para algum lugar distante, trazendo despedidas e reencontros no seu destino. Cruzando a avenida, um carro seguia pela pista. Dirigia devagar para poder observar o mar e observar as gaivotas que resolviam seguir sua irmã ao cruzar o céu.
   Perto do banco onde a gaivota pousava estava um senhor, distraído jogando migalhas no chão, tentando alimentar a pobre gaivota. Enquanto lançava os grãos ao chão, lembrava-se de sua casa, de sua esposa, e de como iria explicar o que havia acontecido. Como explicar onde havia dormido. Em meio a suas divagações e migalhas, ele mal notou as ondas batendo e quebrando na praia. Nem percebeu as pessoas que caminhavam pela calçada, cruzando com cuidado pela avenida em direção à praia. Com suas pranchas, seus sonhos, todo um dia pelo caminho.
   E pela orla uma jovem seguia a sua corrida matinal. Gostava de correr a beira mar. Correr observando o início do dia, todos os seus sonhos parecendo possíveis a sua frente. Seu cabelo preso no topo de sua cabeça balançava, o que ela ouvia era uma mistura de música tocando por seus fones de ouvido e o cantar do mar. De longe um rapaz observava a jovem em sua corrida. Perguntando se hoje seria o dia em que finalmente ia dizer a ela o que vinha sentindo. Debruçado no balcão de seu quiosque ele sempre a observava correr pela manhã. Sempre sonhado com o dia que ela o perceberia.

   A gaivota desistiu do banco e do velho senhor. Lançou voo mais uma vez de encontro com suas irmãs. O dia apenas começava. De longe despontava o nascer do sol.

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