A gaivota lançou
voo mais cedo nesta manhã. Cruzou o céu e parou perto de um banco. E enquanto
cruzava o céu mal notou o avião que seguia para algum lugar distante, trazendo
despedidas e reencontros no seu destino. Cruzando a avenida, um carro seguia
pela pista. Dirigia devagar para poder observar o mar e observar as gaivotas
que resolviam seguir sua irmã ao cruzar o céu.
Perto do banco onde
a gaivota pousava estava um senhor, distraído jogando migalhas no chão, tentando
alimentar a pobre gaivota. Enquanto lançava os grãos ao chão, lembrava-se de
sua casa, de sua esposa, e de como iria explicar o que havia acontecido. Como explicar
onde havia dormido. Em meio a suas divagações e migalhas, ele mal notou as ondas
batendo e quebrando na praia. Nem percebeu as pessoas que caminhavam pela
calçada, cruzando com cuidado pela avenida em direção à praia. Com suas
pranchas, seus sonhos, todo um dia pelo caminho.
E pela orla uma
jovem seguia a sua corrida matinal. Gostava de correr a beira mar. Correr
observando o início do dia, todos os seus sonhos parecendo possíveis a sua
frente. Seu cabelo preso no topo de sua cabeça balançava, o que ela ouvia era
uma mistura de música tocando por seus fones de ouvido e o cantar do mar. De
longe um rapaz observava a jovem em sua corrida. Perguntando se hoje seria o
dia em que finalmente ia dizer a ela o que vinha sentindo. Debruçado no balcão
de seu quiosque ele sempre a observava correr pela manhã. Sempre sonhado com o
dia que ela o perceberia.
A gaivota desistiu
do banco e do velho senhor. Lançou voo mais uma vez de encontro com suas irmãs.
O dia apenas começava. De longe despontava o nascer do sol.
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